Jorge
de Sena nasceu em Lisboa a 2 de novembro de 1919 e morreu em Santa Bárbara, na
Califórnia, a 4 de junho de 1978. Licenciado em Engenharia Civil pela Faculdade
de Engenharia do Porto, parte para o exílio no Brasil em 1959 e aí doutora-se
em Letras e torna-se regente das cadeiras de Teoria da Literatura e de
Literatura Portuguesa. Muda-se para os Estados Unidos da América em 1965,
lecionando na Universidade de Wisconsin e, anos depois, na Universidade da
Califórnia.
Poeta,
ficcionista, dramaturgo, ensaísta e tradutor, é considerado um dos mais
relevantes escritores de língua portuguesa do século XX, autor de títulos como Metamorfoses (1963), Os
Grão-Capitães (1976), O Físico
Prodigioso (1977) e Sinais de Fogo (1979), este
último considerado a sua obra-prima.
Jorge de Sena foi autor de uma
obra marcada sobretudo pela reflexão humanista acerca da liberdade do Homem. “Pensador
que sente e sentidos que pensa”, os seus poemas partem geralmente de um objeto
para fixar uma meditação sobre o “eu” e o seu lugar no mundo.
Fontes:
Ode para o Futuro
Falareis de nós como de um sonho.
Crepúsculo dourado. Frases calmas.
Gestos vagarosos. Música suave.
Pensamento arguto. Subtis sorrisos.
Paisagens deslizando na distância.
Éramos livres. Falávamos, sabíamos,
e amávamos serena e docemente.
Uma angústia delida, melancólica,
sobre ela sonhareis.
E as tempestades, as desordens, gritos,
violência, escárnio, confusão odienta,
primaveras morrendo ignoradas
nas encostas vizinhas, as prisões,
as mortes, o amor vendido,
as lágrimas e as lutas,
o desespero da vida que nos roubam
- apenas uma angústia melancólica,
sobre a qual sonhareis a idade de oiro.
E, em segredo, saudosos, enlevados,
falareis de nós - de nós! - como de um sonho.
Jorge de Sena, in 'Pedra Filosofal'
Crepúsculo dourado. Frases calmas.
Gestos vagarosos. Música suave.
Pensamento arguto. Subtis sorrisos.
Paisagens deslizando na distância.
Éramos livres. Falávamos, sabíamos,
e amávamos serena e docemente.
Uma angústia delida, melancólica,
sobre ela sonhareis.
E as tempestades, as desordens, gritos,
violência, escárnio, confusão odienta,
primaveras morrendo ignoradas
nas encostas vizinhas, as prisões,
as mortes, o amor vendido,
as lágrimas e as lutas,
o desespero da vida que nos roubam
- apenas uma angústia melancólica,
sobre a qual sonhareis a idade de oiro.
E, em segredo, saudosos, enlevados,
falareis de nós - de nós! - como de um sonho.
Jorge de Sena, in 'Pedra Filosofal'
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